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Cultura dez 17, 2025

O Brasil está na moda e é tendência que veio para ficar!

O interesse global pelo Brasil não é mais pontual nem apenas uma tendência estética que vai e vem. O Brasil voltou ao centro das conversas culturais do mundo, e dessa vez com mais consistência.

Durante muito tempo, a imagem do país lá fora foi reduzida a poucos símbolos: praia, carnaval e futebol. O que vemos agora é outra coisa, um Brasil mais urbano, criativo, popular e diverso. A estética que ficou conhecida como Brazil Core ajuda a entender esse movimento. Cores fortes, referências populares, códigos periféricos e um certo exagero visual que sempre fez parte da cultura brasileira, isso passou a ser visto como linguagem.

No último verão europeu, o Brazil Core apareceu com força, Havaianas no pé e camisas ou biquinis amarelos nas praias, além de com desfiles, editoriais e hashtags nas redes sociais. A busca pelo termo no Pinterest e no Tik Tok traz diversas referências da tendência.

Foto: Pinterest.

Marcas brasileiras passaram a ocupar espaço em colaborações internacionais e vitrines globais sem precisar mudar quem são. A Havaianas é um bom exemplo, saindo do lugar de produto básico de verão para se tornar item de moda, presente em colaborações e styling urbano em cidades como Paris, Nova York e Copenhagen.

“Foi depois de Copenhagen usar Havaianas com alfaiataria que se começou a considerar o chinelo em ambientes urbanos mais formais aqui”, diz consultora Thais Farage em entrevista para a BBC Brasil. Por lá, os tradicionais chinelos de praia ficaram famosos ao serem combinados com blazers e calças de alfaiataria, ganhando visibilidade até na Copenhagen Fashion Week.

Foto: Copenhagen Fashion Week. Getty Images.

Grandes marcas internacionais também estão apostando no cenário brasileiro, a francesa Rabanne colocou o funk carioca como tema de uma campanha global neste ano, com gravações no Rio de Janeiro e a verdadeira batida carioca em foco, colocando o Brasil como centro de campanhas com impacto internacional.

Esse movimento não acontece só na moda, na música, artistas brasileiros colaboram com nomes internacionais mantendo idioma, ritmo e identidade. No design e na cultura visual, referências brasileiras aparecem de forma mais consciente.

No turismo, cresce o interesse por experiências que mostram o país além do óbvio, conectadas à cultura local e à vida real. Grandes nomes e celebridades internacionais também estão entre os visitantes do Brasil,  Angelina Jolie foi ao Parque Indígena do Xingu e a cantora Dua Lipa passou uma semana vivendo uma verdadeira experiência carioca, com visita ao Maracanã, Cristo Redentor e chopp gelado em bares icônicos da cidade.

Não é atoa que em 2025 o Brasil bateu recorde de visitantes internacionais, com mais de 8,3 milhões de turistas estrangeiros de acordo com a Embratur, com crescimento de cerca de 35% em relação ao ano de 2024. E a tendência para o próximo ano é que o crescimento continue.

Foto: Metrópoles. @garciasfotos/FFC.

E essa conexão das celebridades internacionais com o Brasil não se limita a visitas ou aparições. O público brasileiro aparece em entrevistas, é celebrado nos palcos e frequentemente lembrado pelo envolvimento e pela energia que entrega.

Mas o interesse pelo Brasil também traz desafios. Questões sobre apropriação cultural e estereótipos continuam existindo e precisam ser discutidas, a diferença é que, hoje, o Brasil faz parte dessa conversa e não é apenas observado de fora. Ele responde, se posiciona e ajuda a direcionar o debate.

Isso mostra como o momento atual é diferente de outros ciclos de atenção internacional. Antes, o país parecia tentar se adaptar ao que o mercado global esperava e agora, o Brasil apresenta suas próprias referências e deixa que o mundo se aproxime delas.

Estar “na moda”, hoje, não é sobre um sucesso rápido ou passageiro, é sobre presença constante. E o Brasil, com todas as suas contradições, parece finalmente confortável ocupando esse espaço.


Por Verônica Lira – Marketing na SMI.