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Tendências nov 21, 2024

Como o Community Capital está transformando o jeito de viajar

Chegar em um destino e visitar pontos turísticos (ainda que icônicos) já não é mais suficiente. Pelo contrário, muitas pessoas estão fugindo desse jeito de viajar. O que buscam, então, os turistas nos dias atuais?

Foto: retirada do relatório Further Forecast 2025 — Community Capital, produzido pela Design Hotels.

O turismo está passando por uma transformação significativa, impulsionada por mudanças culturais e comportamentais profundas. Segundo o relatório Further Forecast 2025 — Community Capital, elaborado pela Design Hotels, os viajantes estão em busca de algo além do tradicional. Eles querem experiências que promovam conexões genuínas, crescimento pessoal e até mesmo maior longevidade e qualidade de vida. Para profissionais do turismo, conhecer essas tendências não é apenas uma vantagem competitiva, mas uma necessidade para atender aos desejos de uma geração de passageiros que busca novas formas de viajar.

O movimento sinaliza uma tendência mais ampla com impacto direto nas formas de fazer turismo. Os viajantes estão enxergando suas viagens não como fugas da vida, mas como oportunidades para aprofundar conexões, investir em autodesenvolvimento e viver de maneira completa.

Mas afinal, o que é Community Capital?

O conceito de Community Capital, ou Capital Comunitário em tradução literal,refere-se ao valor gerado por relações de alta qualidade e laços sociais profundos. De acordo com o relatório, esse tipo de capital impacta diretamente no bem-estar das pessoas, promovendo um sentimento de pertencimento e, a longo prazo, contribuindo para vidas mais longas e plenas.

Na medida que as pessoas passam a compreender a importância de relações de qualidade e laços sociais, esse conceito está ganhando novos contornos. A pesquisa mostra que a mudança se manifesta com três microtendências: o surgimento de pequenas comunidades moldadas por interesses de nicho, novos centros de conhecimento que reúnem pessoas em torno da educação e do aprimoramento de habilidades, e a compreensão de que a comunidade pode aumentar nossa longevidade e o nosso bem-estar.

1. Atração por nichos (Niche Appeal)
A era dos produtos de massa está dando lugar a experiências altamente personalizadas. Comunidades formadas em torno de interesses específicos, como gastronomia, arte ou bem-estar, estão migrando do digital para o mundo físico. Essas comunidades oferecem um espaço seguro no qual indivíduos com interesses semelhantes podem se expressar e se conectar. Um exemplo é o Club Chess, em Nova York, que combina xadrez, arte e cultura em eventos únicos, criando um ambiente de pertencimento para um público de nicho.

Apesar de serem extremamente populares, as comunidades on-line não proporcionam o mesmo senso de pertencimento que aquelas no mundo real. De acordo com o relatório, 69% dos entrevistados da Geração Z afirmaram que estariam mais propensos a reservar um hotel se ele oferecesse oportunidades para conhecer novas pessoas. Entre os millennials esse número foi de 56%.

Foto: retirada do relatório Further Forecast 2025 — Community Capital, produzido pela Design Hotels.

2. Hubs de conhecimento (New Knowledge Hubs)
Viagens com foco em aprendizado e desenvolvimento pessoal estão ganhando força. Hotéis e destinos estão se transformando em centros de troca de ideias, onde os viajantes podem participar de workshops, palestras, cursos e experiências educacionais. De acordo com o relatório, 79% dos entrevistados estão dispostos a viajar para adquirir novas habilidades e conhecimentos, mostrando a importância de integrar aprendizado às experiências de viagem.

O conhecimento está sendo cada vez mais valorizado como uma forma de capital social e cultural, impulsionando o crescimento de comunidades em que ideias, filosofias e experiências são compartilhadas. Essas comunidades ganham vida em “espaços de interação”, que estão se posicionando como os modernos centros de pensamento multidisciplinares. As pessoas estão utilizando esses espaços para se reunir, trocar conhecimento e investir em seu próprio desenvolvimento pessoal.

A pesquisa revelou ainda que durante uma viagem:
– 39% dos entrevistados fariam um workshop de autoconhecimento, como mindfullness.
– 43% fariam um workshop criativo, como escrita, cerâmica ou pintura.
– 51% dos entrevistados fariam um tour educacional.

Foto: retirada do relatório Further Forecast 2025 — Community Capital, produzido pela Design Hotels.

3. Redes de longevidade (Longevity Networks)
Outra tendência interessante que o relatório aponta é que conexões sociais são tão importantes para a longevidade quanto fatores como alimentação e exercícios físicos. Hotéis como o Nantipa, na Costa Rica (considerada uma das Blue Zones mundiais), estão incorporando programas de bem-estar que promovem conexões significativas entre os hóspedes e a cultura local, evidenciando como o turismo pode contribuir para uma vida mais rica e saudável.

Há sessões diárias de yoga no hotel Nantipa, Costa Rica, promovendo bem-estar e conexão entre os hóspedes.

O relatório cita, ainda, a sabedoria das Blue Zones (as regiões do mundo onde há mais pessoas centenárias) e afirma que o senso de pertencimento, os relacionamentos próximos e as vidas compartilhadas são os verdadeiros elixires de uma vida longa e plena.

Oportunidades para travel designers

Para os agentes de viagens, o Community Capital apresenta novas possibilidades de criar roteiros personalizados que vão além das viagens convencionais, produzindo viagens que vão de encontro com as tendências descobertas pela pesquisa:

  • Experiências de nicho: identificar interesses específicos dos clientes e oferecer viagens que conectem essas paixões a comunidades físicas e culturais.
  • Desenvolvimento pessoal e profissional: incluir atividades como cursos de culinária local, workshops de autoconhecimento ou experiências artísticas.
  • Bem-estar e conexões: reforçar o apelo de destinos que oferecem retiros de bem-estar e que combinam saúde física e conexões com a comunidade.

O futuro do turismo está, portanto, na construção de conexões significativas e transformadoras. Para agências de viagem, isso representa uma oportunidade estratégica de inovar, oferecendo experiências que envolvam conexões, aprendizado e senso de comunidade.

À medida que os viajantes buscam viagens como ferramentas de autodesenvolvimento, os agentes têm a chance de se destacar como facilitadores dessa nova forma de viver o turismo, promovendo memórias autênticas e impacto positivo.

Para ler o relatório completo, acesse o site da Design Hotels e faça o download do arquivo gratuitamente.

Por Júlia Guerra — Coordenadora de Marketing

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