O Halloween está chegando e, com ele, muitos destinos entram no clima, promovendo atrações e eventos temáticos. Locais tidos como mal-assombrados, cemitérios históricos, mansões abandonadas e cidades cercadas por lendas assustadoras costumam ganhar destaque e despertar a curiosidade dos viajantes. Lugares como a prisão de Alcatraz, em San Francisco, a Vila de Salem, em Massachusetts e até antigas mansões mal-assombradas transformadas em atrações turísticas viram palco para quem busca adrenalina e histórias de arrepiar. É o turismo macabro ganhando força: uma mistura de curiosidade, coragem e diversão que faz do Halloween uma das épocas mais intrigantes para viajar.
Turismo Mórbido: por que o macabro chama atenção?
De paisagens exuberantes a centros urbanos históricos e contemporâneos, no nosso lar chamado “Terra” existem diversos pontos de interesse de visitação para diferentes públicos. Contudo, há um fenômeno no setor de Turismo que tem ganhado cada vez mais destaque, que é o “Dark Tourism” ou “Turismo Macabro/Mórbido”. Segundo especialistas, percebe-se um aumento substancial no número de pesquisas online pelo termo. Enquanto o próprio setor tem sido mais lento para abraçar o assunto, algumas atrações e destinos começaram a usá-lo em sua promoção, então é importante para o profissional refletir sobre os interesses, impactos e responsabilidades que o mesmo possui frente a esse cenário.
Mas o que é o “Turismo Macabro”?
O Turismo Macabro tem como atrativos os locais associados a desastres ou atrocidades naturais ou provocadas por humanos e que se tornaram ao longo do tempo, mais do que locais de memória, mas também atrações turísticas em si, ou seja, o ato de viajar para locais associados ao mórbido é o que move essa categoria de viagem. Muitos destinos ao redor do mundo se promovem dessa forma. Um exemplo é a famosa casa mal-assombrada de Winchester, a cerca de 80 quilômetros de San Francisco, e é considerada assombrada porque Sarah Winchester, herdeira da fortuna das armas Winchester, acreditava estar sendo perseguida pelos espíritos das pessoas mortas pelas armas da empresa. Com isso, ela começou a reconstruir a casa onde morava, com escadas que não levam a lugar nenhum e portas que abrem para o nada. Tudo isso, para confundir esses espíritos e apaziguá-los. Essa obsessão eterna virou o combustível das histórias sobrenaturais que cercam o lugar até hoje (clique aqui para saber mais).
Outros pontos assustadores também chamam atenção, como o Castelo de Bran (clique aqui para saber mais), na Romênia, famoso por inspirar a lenda do Drácula, ou o Ossuário de Sedlec (clique aqui para saber mais), na República Tcheca, onde até os lustres são feitos de ossos humanos. Também há o Hotel Stanley, que inspirou o famoso filme de Stephen King “O Iluminado“. Considerado assombrado há décadas, o local é palco de relatos sobre portas que batem sozinhas, risadas infantis e pianos tocando durante a noite. Essas atrações mostram que o medo também desperta curiosidade, e que, quando o Halloween se aproxima, esse fascínio pode aumentar entre os visitantes.
Por que as pessoas curtem?
Chega a ser curioso perceber como lugares sombrios, misteriosos e considerados mal-assombrados exercem tanta atração sobre as pessoas, justamente por envolverem temas que costumamos evitar. Essa contradição, segundo especialistas, está ligada a fatores socioculturais, emocionais e psicológicos. Há também uma dualidade interessante entre medo e prazer, onde a experiência gira em torno de “divertir-se sentindo medo”. Além disso, o voyeurismo, conceito descrito por Freud como o impulso de observar o proibido, pode ajudar a explicar por que tantas pessoas se sentem fascinadas por esse tipo de turismo.
Em um mundo onde o entretenimento busca constantemente novas formas de provocar sensações, o turismo macabro surge como uma experiência que une curiosidade, medo e reflexão. Mais do que uma simples atração pelo bizarro, ele revela o desejo humano de compreender o inexplicável, encarar o desconhecido e revisitar a própria relação com a morte e o mistério. No fim das contas, explorar o sombrio é também uma forma de entender a vida, e o Halloween, com toda sua aura de mistério e diversão, apenas reforça essa fascinante atração pelo lado obscuro da nossa própria história.
Escrito por Rodrigo Ribeiro, Marketing da SMI.
