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Tendências jul 19, 2023

O futuro do dinheiro é digital

Você já imaginou como seria viver em um mundo sem dinheiro físico? Essa realidade pode estar mais próxima do que você pensa. Segundo um estudo da Atlantic Council, 130 países — que representam 98% da economia mundial — estão pesquisando ou desenvolvendo versões digitais de suas moedas nacionais.

Essas moedas são chamadas de CBDCs (Central Bank Digital Currencies), ou moedas digitais de banco central, e são emitidas e reguladas pelas autoridades monetárias de cada país. Elas funcionam como uma forma eletrônica de representar o valor do dinheiro tradicional, mas sem a necessidade de intermediários como bancos ou empresas de pagamento.

Por que os países estão interessados em moedas digitais?

Existem vários motivos que levam os países a se interessarem por moedas digitais. Um deles é a queda no uso do dinheiro em espécie, que vem sendo substituído por meios de pagamento eletrônicos, como cartões, aplicativos e transferências online. Outro motivo é a concorrência com as criptomoedas, como o Bitcoin e o Ethereum, que são formas descentralizadas de dinheiro digital que não dependem de governos ou instituições financeiras.

As criptomoedas têm atraído cada vez mais investidores e usuários, que buscam alternativas ao sistema monetário tradicional. No entanto, elas também apresentam desafios, como a volatilidade, a falta de regulação, a vulnerabilidade a ataques cibernéticos e o impacto ambiental.

As moedas digitais de banco central, por outro lado, pretendem combinar as vantagens das criptomoedas com a segurança e a estabilidade das moedas fiduciárias. Algumas das vantagens das moedas digitais são:

  • Facilitar a transferência de valor entre pessoas e empresas, sem intermediários ou taxas elevadas.
  • Permitir o acesso à inclusão financeira para pessoas que não têm conta bancária ou que vivem em áreas remotas.
  • Aumentar a eficiência e a transparência do sistema financeiro, reduzindo os riscos de fraudes, lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
  • Promover a inovação e a competitividade no setor de pagamentos, estimulando o surgimento de novos produtos e serviços.

Quais são os países mais avançados em moedas digitais?

De acordo com o estudo da Atlantic Council, 11 países estão na frente na corrida pelas moedas digitais. Entre eles, estão algumas ilhas do Caribe, como as Bahamas e São Cristóvão e Névis, que já lançaram suas CBDCs para uso doméstico. E também a Nigéria, que lançou a eNaira, a primeira moeda digital da África.

A China, a segunda maior economia do mundo, tem realizado testes com o yuan digital em cidades chinesas desde 2020, à medida que se prepara para uma implementação em todo o território nacional, que pode colocar a China à frente da Europa e dos Estados Unidos na corrida global das moedas digitais.

Entre as nações grandes e emergentes, o Brasil e a Índia estão entre os países que planejam lançar suas moedas digitais em 2023. No Brasil, o Banco Central está estudando os aspectos técnicos e regulatórios para a criação do real digital. Na Índia, o Banco da Reserva está trabalhando no projeto do rúpia digital.

Na Europa, o Banco Central Europeu iniciou o projeto do euro digital em 2022, com previsão de lançamento em 2028. O objetivo é oferecer uma forma complementar ao dinheiro em espécie e aos meios de pagamento existentes na zona do euro.

Nos Estados Unidos, o progresso do dólar digital está mais lento. O país está focado em uma versão de atacado da CBDC, para uso entre bancos e instituições financeiras, mas ainda não tem um plano definido para uma versão de varejo, para uso da população em geral.

O que esperar do futuro do dinheiro digital?

O futuro do dinheiro é digital, mas isso não significa que o dinheiro físico vai desaparecer. As moedas digitais de banco central devem conviver com as moedas fiduciárias e com as criptomoedas, oferecendo mais opções e benefícios para os consumidores e as empresas.

No entanto, as moedas digitais também trazem desafios e riscos, como a proteção da privacidade, a segurança cibernética, a interoperabilidade entre sistemas e países, a educação financeira e a governança global.

Por isso, é importante que os países cooperem entre si e com os organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco de Compensações Internacionais, para estabelecer padrões e normas para as moedas digitais. Além disso, é fundamental que os cidadãos participem do debate e se informem sobre as mudanças que estão ocorrendo no mundo do dinheiro.

E você, o que acha das moedas digitais? Para além do uso do PIX e das carteiras digitais, é interessante refletir sobre as vantagens e desafios que acompanham essa nova era financeira.

Por Caíque Vinícius — Writer na SMI

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