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Tendências abr 11, 2025

Uma conversa sobre felicidade.

O ranking anual de países mais felizes do mundo mostra que o país mais feliz do mundo é a Finlândia, pelo oitavo ano consecutivo na primeira posição. Mas… o que é felicidade?

O conceito de felicidade varia para cada pessoa. Muitos a associam a saúde, amor ou dinheiro, mas essa ideia vai muito além. A felicidade é subjetiva, enraizada na experiência individual e entrelaçada com a história da humanidade.

A felicidade sempre ocupou um lugar central na filosofia. Desde os primórdios do pensamento filosófico, diversas definições e perspectivas foram formuladas para compreender seu verdadeiro significado.

Segundo Tales de Mileto, filósofo que viveu entre o final do século VII a.C. e a primeira metade do século VI a.C., a felicidade está em possuir “um corpo são e forte, boa sorte e uma alma bem formada”. Séculos depois, Aristóteles aprofundou essa reflexão, dedicando um livro inteiro ao tema. Para ele, a felicidade dependia de elementos essenciais como saúde, liberdade e uma condição socioeconômica favorável.

Da para ser feliz no mundo de hoje?

Trazendo essa reflexão para os dias de hoje, o filósofo, escritor e professor da PUC-SP, Mario Sergio Cortella, define a felicidade como uma vibração intensa, uma sensação de vitalidade que nos preenche e nos dá gosto pela vida. Ele também destaca que há momentos propícios para essa sensação, como na realização de um sonho, no avanço da carreira, em um relacionamento significativo ou até mesmo em uma viagem.

Segundo Cortella, a percepção da felicidade mudou ao longo das gerações. Enquanto os mais velhos viam a estabilidade como sinônimo de felicidade, os mais jovens a associam à vivência de novas experiências. Para ele, “eles querem fazer da vida uma possibilidade de experimentar várias coisas”, buscando realização em momentos diversos ao invés de apenas segurança e permanência.

De acordo com Arthur Brooks, cientista social, professor da Universidade de Harvard e escritor, o aumento dos transtornos de ansiedade e depressão é um reflexo de uma busca equivocada pela felicidade. Ele afirma que essa busca ignora um elemento essencial da equação da felicidade: Felicidade = Prazer + Satisfação + Significado.

Brooks destaca que, para alcançar uma verdadeira felicidade, é necessário equilíbrio entre essas três dimensões, no entanto, o ritmo acelerado do cotidiano dificulta essa conquista, muitas vezes impedindo a capacidade de nos engajarmos em reflexões mais profundas sobre o que realmente traz felicidade.

O ranking da felicidade

Para comparar a felicidade entre diferentes países, o World Happiness Report, um relatório produzido por grandes instituições, como Oxford e Gallup, e divulgado pelas Nações Unidas, estabelece critérios para quantificar a felicidade média da população anualmente. O relatório mais recente foi divulgado em 20 de março de 2025, no Dia Mundial da Felicidade.

Os pesquisadores utilizam dados de entrevistas com uma média de 1.000 pessoas por país, nas quais elas avaliam sua vida atual em uma escala de 0 a 10. Essa análise é baseada em seis critérios fundamentais: renda per capita, expectativa de vida saudável, apoio social, generosidade, liberdade e percepção de corrupção. Esses fatores são levados em conta para calcular a felicidade média de cada nação.

Os países nórdicos dominam as quatro primeiras posições do ranking: Finlândia, Dinamarca, Islândia e Suécia. No contexto das Américas, dois países aparecem no TOP 10: Costa Rica, em sexto lugar, e México, em décimo lugar.

Por que os países nórdicos são os mais felizes:

A Finlândia ocupa o topo do ranking há oito anos consecutivos. Especialistas apontam que fatores como generosidade, renda, expectativa de vida e um bom equilíbrio entre carreira e vida pessoal são algumas das razões que explicam como o país consegue se manter no topo da lista de países mais felizes.

Essas características também são compartilhadas pelos demais países nórdicos, como a democracia, a liberdade de expressão e os baixos níveis de corrupção, que contribuem significativamente para a satisfação geral da população. Além disso, a forte conexão e proximidade com a natureza desempenham um papel importante na qualidade de vida e no bem-estar desses países.

O Brasil subiu oito posições e agora ocupa o 36º lugar no ranking, sendo o segundo país sul-americano mais bem classificado, atrás apenas do Uruguai. Por outro lado, os Estados Unidos nunca estiveram tão abaixo, ocupando a 24ª posição, o pior desempenho desde a primeira publicação do ranking.

O que determina a felicidade de uma nação?

Neste ano, o relatório incluiu ações benevolentes como parte da análise de bem-estar, concluindo que “esperar gentileza dos outros” e viver em uma “comunidade solidária” são fortes preditores de felicidade. Além disso, formar e manter amizades, compartilhar refeições (um dos fatores que contribuiu para a queda dos EUA no ranking) e viver com mais pessoas são considerados impactos positivos que influenciam diretamente a felicidade.

Confira aqui o ranking completo do World Happiness Report.

Por Verônica Lira — Marketing Analyst na SMI.

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