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Cultura jun 13, 2025

Viajar: Gasto ou Investimento?

Viajar, afinal, é um gasto ou um investimento? Essa é uma pergunta comum, especialmente quando pensamos no tempo, planejamento e recursos financeiros que envolvem colocar o pé na estrada — ou nas nuvens.

Organizar uma viagem exige atenção a detalhes como passagens, hospedagem, documentação, roteiros e imprevistos. À primeira vista, tudo isso pode parecer apenas uma despesa. Mas quem já viveu uma verdadeira experiência de viagem sabe que o retorno vai muito além do que se pode calcular em cifras.

Foto: Unsplash

Viajar é muito mais do que conhecer um novo lugar ou realizar o desejo de sair da rotina. É viver o inédito, expandir horizontes e experimentar sensações que nos transformam de dentro para fora. É sentir o frio na barriga ao embarcar para um destino desconhecido, ouvir um idioma novo pela primeira vez, se encantar com sabores e aromas diferentes, e descobrir que o mundo é muito maior e mais surpreendente do que imaginávamos.

Os benefícios de uma viagem são inúmeros e, muitas vezes, incalculáveis. Conhecer novas culturas, aprender com diferentes modos de vida, experimentar outras formas de se relacionar com o tempo, com as pessoas e com o espaço, amplia nossa visão de mundo e fortalece nossa identidade. Cada novo destino nos ensina algo sobre o outro, mas também sobre nós mesmos. Depois de uma viagem, o mundo continua o mesmo mas a gente não. Voltamos mais atentos, mais humanos, mais inteiros.

Foto: Freepik

Além do enriquecimento pessoal e cultural, viajar também tem um impacto emocional positivo. A expectativa antes da viagem, o encantamento durante, e as lembranças que ficam depois alimentam nosso bem-estar e nossa saúde mental.

Segundo a National Geographic, o simples ato de planejar uma viagem já promove uma sensação de bem-estar, ajudando a reduzir níveis de estresse e melhorando o humor. Esse planejamento ativa áreas do cérebro relacionadas à expectativa positiva, tornando-se uma forma comprovada de autocuidado.

Estudos como o da Universidade Edith Cowan, na Austrália, mostram que viajar também pode ajudar a combater sinais de envelhecimento, melhorando a saúde cerebral de pessoas mais velhas. Interagir com ambientes e culturas diferentes mantém a mente ativa, estimulando a memória e a cognição.

Foto: Freepik

A Psychology Today reforça que viagens promovem bem-estar emocional, reduzem sintomas de ansiedade e depressão, aumentam a satisfação com a vida e até estimulam a criatividade. Esses benefícios se manifestam antes, durante e após a experiência, criando um ciclo de impacto positivo na saúde mental.

E não se trata apenas de viagens longas ou internacionais. Segundo o World Travel & Tourism Council (WTTC), pequenas escapadas de fim de semana também contribuem para o bem-estar emocional e aumento da produtividade. Um bate-volta para um lugar novo ou até redescobrir nossa própria cidade com olhos curiosos já pode despertar esse efeito transformador.

Foto: Freepik

A cada viagem vivida, colecionamos histórias. E essas histórias permanecem. Anos podem passar, mas o brilho no olhar ao relembrar aquela experiência em um lugar especial permanece intacto. E é justamente aí que está o verdadeiro valor: naquilo que levamos para a vida. A bagagem pode voltar cheia de lembranças e souvenirs, mas volta principalmente carregada de possibilidades, novos olhares e aprendizados.

É verdade que a tecnologia hoje nos permite explorar o mundo virtualmente, mas nada substitui a sensação de pisar em solo estrangeiro, ouvir os sons de uma cidade diferente, trocar sorrisos com desconhecidos ou se perder, e se encontrar em meio a ruas que não conhecíamos. Esses momentos são únicos e insubstituíveis.

Por tudo isso, a resposta à pergunta inicial é clara: viajar é, sim, um investimento. Um investimento na alma, na imaginação, no crescimento pessoal e no nosso repertório de mundo. É investir em lembranças que ficarão para sempre, em sensações que não se apagam, e em versões melhores de nós mesmos que surgem a cada novo destino explorado.

Viajar é sobre descobrir o novo, aprender o diferente e viver o inesquecível. E sim, pode parecer clichê, mas não tem preço!


Por Alline Myrela — Marketing Analyst na SMI.

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