Clássicos e contemporâneos que merecem a leitura e reconhecimento

Foto de Joel Muniz na Unsplash
De tempos em tempos nas redes sociais, vemos questionamentos sobre a escassez de mulheres artistas nos conteúdos que consumimos na internet e fora dela. Quantas cantoras mulheres você ouve? Quantas atrizes mulheres você admira? Quando pensamos em cientistas, quantas mulheres vêm à sua cabeça?
Na literatura não é diferente e é muito comum que leitores tenham em suas estantes uma maioria incontestável de títulos escritos por homens.
Em uma publicação no Instagram, o blogueiro Pedro Pacífico fez uma reflexão “Se eu tirar todos os livros escritos por homens, como ela ficaria?” O resultado foi uma estante bem mais vazia. É bem possível que na sua estante aconteça o mesmo.
Separamos alguns títulos que são verdadeiras obras de arte na literatura clássica e contemporânea e deve fazer parte da sua estante.
Frankenstein, Marry Shelley

Clássico da literatura mundial foi escrito quando a autora tinha 19 anos que começou em uma noite de desafio com os amigos. Em sua primeira edição o livro foi publicado em 1818, sem nenhum tipo de crédito para a autora. O romance obteve grande sucesso e deu início a um novo gênero de horror, e hoje é grande influência na cultura popular ocidental.
Victor Frankenstein é um estudante de Medicina que, a partir de algumas experimentações, criou o Monstro, uma criatura com aparência quase humana, criado com diferentes de corpos humanos, como um quebra-cabeças. A história narra a história de rejeição do Monstro e os pensamentos de Victor a respeito da sua criação.
Quarto de Despejo, Carolina Maria de Jesus

Um clássico brasileiro que retrata a realidade de uma mulher negra, catadora de papel, vivendo na favela do Canindé, em São Paulo e publicado em 1960.
Seu diário é considerado um dos marcos da escrita feminina no Brasil e vendeu dez mil cópias em seus 4 primeiros dias de lançamento, e 100 mil cópias, em um ano. O livro retrata as vivências na favela, sobre como enfrentava a fome com seus três filhos. Apesar de relatar uma realidade dos anos 1960, a condição de vida de Maria Carolina ainda é o contexto vivido por muitas outras mulheres nas favelas de todo o Brasil.
Persépolis, Marjane Satrapi

Uma história em quadrinhos autobiográfica de Marjane Satrapi, que retrata sua infância até seus primeiros anos de vida adulta no Irã, durante e após a Revolução Islâmica. O título Persépolis é uma referência à antiga capital do Império Persa, Persépolis.
Marjane Satrapi cresceu em Teerã em uma família que se envolveu com os movimentos comunista e socialista no Irã antes da Revolução Iraniana. Lá presenciou a crescente repressão das liberdades civis e as consequências da política iraniana na vida cotidiana dos habitantes do país e os primeiros anos da Guerra Irã-Iraque.
A autora ficou conhecida como a primeira iraniana a escrever história em quadrinhos e a obra serviu, inclusive, como um meio de desmistificar a cultura iraniana, como a equivocada percepção ocidental de que o véu é apenas um símbolo de opressão.
Orgulho e Preconceito, Jane Austen

Orgulho e Preconceito é uma das obras mais conhecidas de Jane Austen. Publicado pela primeira vez em 1813, conta a história de amor conflituosa de Elizabeth Bennet com Fitzwilliam Darcy enquanto enfrenta problemas relacionados à educação, cultura, moral e casamento na sociedade aristocrática do início do século XIX, na Inglaterra.
Não tem como falar de autoras mulheres, sem falar da britânica Jane Austen. A autora é referência para outras autoras em todo o mundo começou a escrever textos literários por volta dos 12 anos de idade. Por ser mulher, a autora publicou suas obras de forma anônima e só após a sua morte em 1817, o público ficou ciente de que era ela a autora de romances que caíram no gosto popular.
Em suas obras ela retrata a realidade social da mulher de sua época, que eram dependente financeiramente dos homens.
Tudo é Rio, Carla Madeira

O casal Dalva e Venâncio tem suas vidas transformadas após uma perda trágica, resultado do ciúme doentio do marido, e de Lucy, uma prostituta que entra no caminho deles, formando um triângulo amoroso. Esse é o contexto do livro publicado pela primeira vez em 2014.
A autora mineira também é publicitária e Tudo é Rio é seu primeiro romance publicado, já um sucesso editorial, sendo a autora mais lida do Brasil em 2021.
Bônus:
Quer ler mais mulheres? Quer se conectar com pessoas com o mesmo objetivo?
A leitura pode ser uma atividade bastante solitária. Clubes do livro tem sido cada vez mais populares e são a oportunidade de se aproximar da comunidade leitora e
Leia Mulheres
Criado em 2015 esse é um dos clubes mais populares nas redes e disponíveis em várias cidades do país e em algumas do exterior. A participação é gratuita e os encontros são presenciais e sempre mediados por mulheres (cis e trans).
Conheça mais sobre o clube e as cidades em que está presente aqui.
Clube de Leitura Mulheres do Atlântico
Clube criado a partir de uma inquietação da falta de divulgação da literatura que se encontra fora do eixo América-Europa produzida por homens. O foco desse clube é a leitura de obras produzidas por mulheres negras.
A participação é realizada depois de uma inscrição e os encontro acontecem online. Fique de olho para saber quando será o próximo ciclo aqui.
Escrito por Gabriella Santos, writer na SMI.